terça-feira, 21 de junho de 2022

Celebrações do Solstício de Verão - Nove Fontes

 

Caminhar pelo corpo da Mãe Terra com intenção de celebrar o Solstício é como dizer à Vida que estamos presentes, é como dizer às águas o quanto as consideramos importantes e lhes somos gratas/os por existirmos, e como dizer às plantas, que produziram para este momento especial os seus mágicos componentes de cura e de graça, que recebemos os seus dons e poderes com humildade e os apreciamos em êxtase.

Caminhar pela sagrada natureza do Solstício de Verão, a natureza em flor e também já em fruto, com a nossa estrela, o Sol, no máximo da sua força e esplendor, é uma experiência que só podemos ter uma vez por ano. E ainda é preciso que estejamos saudáveis e fortes e disponíveis o suficiente para conseguirmos fazê-lo. E viver junto dum lugar que tem uma rota demarcada de precisamente nove fontes, que tanto valoriza, bem como uma frondosa natureza onde uma apreciável quantidade de ervas aromáticas e medicinais cresce e floresce e se oferece agora a nós. Viver à beira desse lugar é uma bênção demasiado grande para não ser devidamente apreciada e valorizada. Entrar nos domínios, nas terras secretas, da Deusa tem destas surpresas e recompensas.
Então, aí vamos nós, munidas das nossas vasilhas para recolhermos dessas águas mágicas, e duma tesoura para cortar o caule das ervas sagradas para amanhã de manhã recebermos as suas bênçãos de cura e energização que facilitar uma redefinição de novos rumos, projectos e metas para o resto do ano. Na fogueira do Solstício, queimaremos o ramo anteriormente colhido.
É claro que, como acontece em outros lugares, o Templo está rodeada de fontes, de nascentes de água. Pessoalmente, antes de iniciar este caminho de devoção à Deusa e à Sua Natureza, sabia de algumas, porque sempre as achei fascinantes, mas não tinham a importância que vieram a tomar, apesar de serem no geral pouco valorizadas porque a necessidade que no passado havia delas deixou de existir. No entanto, este precioso elemento precisa mais do que nunca do nosso reconhecimento, atenção e valorização, como bem sabemos, por todos os perigos a que está sujeito. Sabemos também, pelos estudos que têm sido feitos sobre as suas propriedades mais subtis, como é importante visitarmos as águas e impregná-las com as nossas vibrações de amor e gratidão que as descontaminam, curam e harmonizam.
Procurar nove fontes por carreiros estreitos rodeados de carvalhos, ulmeiros, sobreiros, castanheiros, loureiros, por entre todas as ervas sagradas possíveis e imaginárias, do alecrim, à alfazema, à tágueda, arruda, cavalinha, Centaurium erythraea, vulgo fel da terra, orégão, hipericão e mais algumas, é uma experiência única e maravilhosa que as cegonhas lá em baixo sobre o Arnoia abrilhantaram com as piruetas alegres do seu voo em bando.

Em gratidão pela magia da tarde, fizemos oferendas às fontes sagradas de gotinhas de águas do mundo e de migalhas de pão caseiro e recolhemos do corpo da Mãe Terra todo o lixo que conseguimos.
Abençoadas nos sentimos por esta experiência deliciosa de véspera de Solstício, cuja celebração se vai prolongar pelo dia de amanhã com a colheita da Flor da Água antes do sol nascer e o banho com as águas das nove fontes onde esta noite as nove ervas santas vão macerar ao relento.

E dia 22, pelas 19h30, poderá juntar-se também à celebração do Solstício no Virtual International online Glastonbury Goddess Temple. Blessed be!

©Luiza Frazão

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