domingo, 18 de setembro de 2022

Sacerdotisa - Portadora da Chama Sagrada da Deusa

 

Ser Sacerdotisa da Deusa é ser portadora de uma chama sagrada...é suster o fogo da Sabedoria, da Inocência, da Compaixão, da Consciência, da Protecção, da Cura e da renovação no meu Coração e irradiá-lo em todas as direcções. Ser Sacerdotisa da Deusa é honrar e cuidar da Terra como parte de mim... é viver conectada aos ciclos da terra e da vida.. é honrar todas as fases que, á imagem da Deusa, perfazem a minha totalidade.. é viver no compromisso de caminhar na mais alta frequência e encorajar quem me rodeia a fazê-lo também.. é resgatar um propósito da Alma... é libertar-me do ego, e dos mecanismos que garantem a sua existência, criados pelo medo de largar as crenças e ilusões que estão imprimidas em mim... ser Sacerdotisa da Deusa é viver ao serviço de um mundo melhor, em compaixão, em humildade, e sempre na consciência de que num momento somos mestres e no outro somos aprendizes.. pois estas são posições voláteis. e só na aceitação desta dança vulnerável estamos a aceitar e honrar a impermanência do Sagrado Feminino e a verdadeira essência da Deusa Abençoada Seja.


Alice Campos

Padeira de Aljubarrota, um Avatar da Deusa como Rainha e Protectora da Terra



Quem foi Brites de Almeida, a Famosa Padeira de Aljubarrota?


Por que razão a memória desta mulher persiste até hoje?
O que haverá assim de tão heróico em eliminar sete desgraçados soldados espanhóis, estafados, assustados, perdidos, vencidos, confinados a um lugar tão exíguo e com uma única saída como o forno duma padaria?

Ou será que estamos a falar da memória de Brigântia, Brites, Britiande, Brito, Deusa Guardiã e Defensora da Terra?

O que se conta dela, que era uma simples mulher do povo, extraordinariamente forte e feia com seis dedos em cada mão, não é mais que a visão patriarcal distorcida duma antiga divindade feminina da Terra que entrou em declínio, em processo de obliteração e demonização, mas ainda presente na memória colectiva do nosso povo, embora sob este disfarce grotesco, como a antiga e poderosa Senhora, Rainha e Defensora da Terra. Na verdade, a Mãe Terra Ela própria, feia e feroz e perigosa quando ameaçada, como era o caso concreto aqui com a nossa independência em relação a Castela posta em causa no final do séc. XIV.

Sim, a meu ver, a chamada Brites de Almeida nada mais é que Brigântia, o aspecto Terra de Brígida, da Grande Deusa celta. E se pensam que o apelido Almeida é simplesmente aleatório é porque ainda não se debruçaram um pouco que seja sobre a história militar desta importante praça forte raiana do distrito da Guarda, Beira Alta. Com o seu famoso forte em estrela de doze pontas, uma enigmática arquitectura, que segundo algumas investigações parece ser bem mais antiga e universal do que oficialmente se conta, Almeida foi uma das mais importantes praças fortes de Portugal na Idade Moderna, tendo feito parte de Espanha até 1297 quando o tratado de Alcañices redefiniu as fronteiras ibéricas.

“Alma até Almeida e de Almeida para lá logo se verá…”


Em Almeida “se bateram mouros contra cristãos, depois portugueses e castelhanos, batalhas que duraram séculos até se firmarem as fronteiras nacionais. Também aqui se tentou rechaçar as tropas de Napoleão, durante as invasões francesas do século XIX. Pouco depois, liberais e absolutistas defrontaram-se por ideais políticos. E mais sangue foi derramado.” *
António Gedeão, nos versos finais do poema Terra Adubada, refere-se nestes termos aos campos de batalha de Almeida:

As rubras flores vermelhas não são papoilas, não.
É o sangue dos soldados que está vertido no chão.

Não são vespas, nem besoiros, nem pássaros a assobiar.
São os silvos das balas cortando a espessura do ar.

Depois os lavradores
rasgarão a terra com a lâmina aguda dos arados,
e a terra dará vinho e pão e flores
adubada com os corpos dos soldados.

Nas linhas que tecem esta persistente lenda nacional da Padeira de Aljubarrota, Brites de Almeida, parecem pois andar temas e motivos que se perderam no tempo, ofuscados pela glória dos heróis patriarcais, expurgados pela água benta das sacristias…
Mas vale a pena revisitar esta história no feminino e não deixar de reflectir sobre o poder e significado da arma usada pela nossa Rainha Protectora e Defensora da Terra e da Vida, a pá do forno! Evocativa dos poderes de cuidar da vida, da exaltação da vida, valores próprios das sociedades matrifocais, em forte contraste com o aparato militar das sociedades que as venceram e suplantaram, aquelas que glorificaram a guerra, que enaltecem e valorizam acima de tudo a competição, a conquista e a rapina como forma legítima de criar riqueza e acumular poder.

Que Brites de Almeida, Brigântia, sempre nos defenda e proteja!

Oração a Brigântia

Salve, Mãe Terra, Brigântia
Senhora suprema deste território
Rainha e protectora da comunidade
Defensora dos limites e fronteiras
Provedora do alimento
Guardiã do forno
Útero sagrado onde germina e é cuidada a vida

Brites, Brito, Brício, Britiande, Brigântia,
Una com Brígida, Brigite, Brízida
Aqui se conservou a memória do amor
que te dedicaram as gentes destas terras
De quem cuidas e proteges,
A quem inspiras o amor pelos ofícios e pelo conhecimento

Contigo aprendemos as artes da paz
O verdadeiro progresso que a todas e todos inclui
Em que todas e todos brilham e florescem
Celebrando-Te com alegria e exuberância
Em irmandade
Com entusiasmo
que é o Fogo da Tua presença nos nossos corações

Abençoada!
*https://bercodomundo.com/2012/10/almeida-estrela-de-guerra.html?fbclid=IwAR32hVwW4NwUGOCZIQVACwl0WcYThAagiRTUt_KyjEV6C3dYhvSF0vG8eI0
Imagens: Google
Imagem 3 - estátua da Deusa Brigântia em Birrens, na Escócia

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