sexta-feira, 21 de dezembro de 2018

Glorioso e abençoado Solstício de Inverno!


Que Cale do Ar nos traga os dons da quietude, do silêncio e da interiorização neste tempo de pousio em que a terra sonha com a nova vida e a Grande Tecedeira entrelaça mais uma vez os fios da Teia da Vida. Que o Seu vento forte limpe a nossa mente de pensamentos obsessivos que não nos servem mais e nos traga clareza para que novas ideias, novos sonhos e projetos, novas formas de estar na vida possam surgir e motivar-nos no nosso caminho. Que as Suas aves nos inspirem a voar mais alto, a sonhar cada dia com mais e mais liberdade, visão e expansão...

E que a magia deste tempo nos ajude a conectar com a sabedoria antiga, local e planetária, e a receber os seus dons que mais profundamente nos ligam à Vida em todas as suas dimensões, física e não física, terrena e cósmica. 



Acredito que, neste tempo do Espírito, essa sabedoria, se a ela nos abrirmos, sempre fica mais acessível... encontramos sempre algum Ancião ou Anciã sábia e inspiradora que nos conecta mais profundamente com a Alma do Mundo... como este ano as Babushkas de Buranova… Abençoadas! 

sábado, 17 de fevereiro de 2018

LIVRO A DEUSA DO JARDIM DAS HESPÉRIDES - 3.ª EDIÇÃO, EDITORA ZÉFIRO

Cale é a Deusa tutelar do nosso território, cujo nome, Portugal, deriva do Seu próprio nome. Ela é igualmente Calaica, Cailícia ou Beira, Anciã e Donzela, Senhora do Tempo, Guardiã dos Mistérios da Vida e da Morte. Nos nossos mitos e narrativas populares, Cale é lembrada como a Velha, muito velha, que se transforma numa cabaça, cuja forma evoca as antigas representações da Deusa; mas também como Dona Marinha, a Mulher-sereia; como a Pastorinha, como Iria-Brígida, Britiande, Senhora das Águas de Cura, da Poesia, do Fogo da Forja, como a Senhora da Oliveira, como Dona Chama; como a Senhora do Ó, a Senhora do Leite, a Senhora da Boa Hora, a Senhora do Monte, do Fetal, da Fonte, a Ninfa das Águas e dos Bosques. 
Ela é a Moura Encantada, Ofiusa, a Cobra-moura, e é Hespéria, Ibéria, a Senhora do Almurtão. A Sua dimensão é o Jardim das Hespérides, um paraíso de sororidade, onde o círculo das Nove Irmãs do Poente guarda as maçãs de ouro da sabedoria e nos dispensa os dons da imortalidade.
A Deusa está viva no Jardim das Hespérides, viva na nossa paisagem, nos Seus lugares de poder. A Sua cabeça talhada na pedra, como em S. Romão, na Serra da Estrela, em Sortelha ou em Idanha-a-Nova, inunda a terra da Sua presença, cada vez mais e mais notada e sentida neste momento em que por todo o lado se celebra o ressurgimento da Deusa na consciência da humanidade. O Seu corpo é suave e curvilíneo, como os montes, o Seu ventre, com as suas caves uterinas, ou os Seus seios quando se erguem aos pares. Águas uterinas escorrem das límpidas fontes e nascentes, lugares de Ninfas, onde a Senhora se manifesta por vezes em breves epifanias.
Ela está viva, cada vez mais viva, no coração das mulheres e dos homens, que por todo o lado e afinal desde sempre a vêm celebrando, o coração agradecido e reverente, aberto a receber mais e mais da graça da Sua beleza, do Seu amor e inspiração.
 Neste livro apresento o resultado da ,minha investigação de vários anos na tradição da Deusa no nosso território, trabalho esse de que resultou a criação duma Roda do Ano de Cale. Aqui a ficamos a conhecer com a energia própria de cada momento e as correspondentes faces de Cale; com as Hespérides, os animais totémicos, as árvores sagradas, lugares de poder e as tradições com que celebramos cada uma das oito festividades que marcam o ano da Deusa.

Testemunhos:


"Voltei a pegar no livro da Luiza Frazão que me chegou ontem, A Deusa do Jardim das Hespérides...e estou a dar-me conta comovida de um trabalho muito sério e aplicado de uma mulher estudiosa e dedicada à causa da Deusa que nele faz uma abordagem muito conscienciosa e alargada da nossa história (não contada) e de toda esta ânsia que temos de nos reencontrarmos com a nossa Memória ancestral e sentir esta imperiosa necessidade da volta da Deusa Mãe. Como é reconfortante reencontrar e saber dos lugares de origem do Culto e da tradição da Mãe na nossa terra em que a Mulher era soberana e senhora de si. Em que a mulher era Sacerdotisa, e sobretudo Mulher inteira!
Ah como é sensível acordar para as nossas memórias mais recônditas...e como eu me lembro delas...como tenho saudades de um tempo assim... e como sonhei revivê-lo na pele... Obrigada Luiza Frazão por me ajudar a reviver esse sonho que tanto desejamos que se torne realidade para todas nós! Este livro é do interesse de todas e sinto que a Luiza não só colocou nele muito de si como tem a marca de uma grande honestidade e empenho! Estou muito contente por si...por os nossos caminhos se terem tocado e haver uma mulher séria como a Luiza que levou tanto a sério a Deusa...”


Rosa Leonor Pedro, autora do blogue Mulheres & Deusas e do livro com o mesmo nome (entre outros sobre o sagrado feminino).



Sempre me questionava sobre a falta de informações dos cultos da Deusa em Portugal, muitas bênçãos pelo seu trabalho de garimpo e divulgação, seu livro é fantástico, amei!

Mirella Faur, iniciadora do movimento da espiritualidade feminina em Brasília, com os rituais públicos dos plenilúnios, as celebrações da Roda do Ano, os grupos de estudos e a realização de ritos de passagem. É autora dos livros “O Anuário da Grande Mãe, Rituais práticos para celebrar a Deusa”, “O legado da Deusa. Ritos de passagem para mulheres” e “Mistérios nórdicos. Mitos. Runas. Magias. Rituais”, bem como de diversos artigos em publicações nacionais e estrangeiras.



O livro "A Deusa do Jardim das Hespérides, de Luiza Frazão, é um esforço imenso e bem sucedido, porque também de investimento pessoal e auto-descoberta, da aplicação de uma "metodologia" - desenvolvida por Kathy Jones no Templo da Deusa de Avalon, em Glastonbury - ao território português, lugar da Deusa Cale, Gaia, a Anciã...

Entre a torrente de informação fascinante que a autora vai desvelando em pistas, que depois poderão por nós ser aprofundadas consoante o sentido - emocional, geográfico, de saber, de memórias - que elas nos façam. Destaco aqui algumas.
O sentido que me fez saber que a Praia das Maçãs, com vista para o Monte da Lua (de Cynthia), lugar da minha infância e juventude e que muito me atrai, é lugar da Cale da Água, Senhora do Mar, festa de Litha, Solistício de Verão...  Também pude enquadrar o meu fascínio pelos cultos paleo-hispânicos, que havia estudado outrora na faculdade numa cadeira, algo obscura, leccionada pelo professor Cardim Ribeiro, e que, não por acaso, está à frente do Museu de Odrinhas, um museu maravilhoso, entre Sintra e a Ericeira, com muita informação a explorar a quem se quiser dedicar a estes temas, e que publicou alguns artigos sobre os cultos paleo-hispânicos, nomeadamente sobre o Templo à Lua, Sol e Mar, justamente no promontório que liga a Praia das Maçãs à Praia Grande.
Depois outras informações me assolaparam, como o culto a Sra. do Monte, que remete para um lugar onde vivi durante três anos (no bairro da Graça, em Lisboa). É um lugar antiquíssimo, num dos pontos mais altos da cidade (há quem diga que é a melhor vista de Lisboa com o Tejo - Tétis ! - lá ao fundo) e onde já existiria algum tipo de culto que D. Afonso Henriques logo aquando da conquista da cidade fez questão de suplantar, mandando erguer uma capelinha e consagrando-a como lugar de
culto cristão. Nessa capela consagrada à Sra. do Monte existe a famosa cadeira de S. Gens, na qual as grávidas se vão sentar para obter a promessa de um bom parto.

Também a referência à Sra. do Leite me soou muito. As imagens não abundam em território nacional tal como as da Sra. do Ó. Motivo entre nós reprimido pela Inquisição, a representação da Sra. do Leite encontra-se em alguma pintura italiana do final da Idade Média e do Renascimento, em cujo território sobreviveu melhor, apesar da Contra-Reforma. No entanto, há um quadro muito delicado do século XVI do Mestre da Lourinhã que representa a Sra. do Leite, mas cuja proveniência, provavelmente uma igreja ou convento, se perdeu no tempo (é possível vê-la agora na Fundação Medeiros e Almeida, em Lisboa).

Igualmente a informação de o Caminho de Santiago, que já fiz algumas vezes enquanto peregrina, ser afinal uma reminiscência do Caminho da Deusa... E pensar que ele, o caminho iniciático, só está verdadeiramente completo se a peregrina, depois de chegar a Santiago, fizer mais 80km até ao cabo Finisterra, onde se deve desfazer do "velho", daquilo que já se não necessita, qual Ophiusa trocando de pele!...

 É, então, um livro realmente importante, sobretudo também por uma certa dimensão política, como o seu engajamento numa corrente feminista ecologista, a mais progressista actualmente e de maior alcance, que advoga o regresso à Grande Mãe, respeitando todos os seres. Frazão faz referência à importância dessas "pequenas grandes coisas" que são as sementes, mencionando o activismo de Vandana Shiva (Declaração da Liberdade das Sementes) ou referindo a Teoria da Resposta da Terra ou Teoria de Gaia, de James Lovelock.
Mas o mais fundamental do gesto de Luiza Frazão, na senda do gesto inicial de Rosa Leonor Pedro, é efectivamente o resgate da Deusa em contexto nacional, desvendando mitos, história(s) e lendas, recorrendo também à etimologia dos lugares, às Canções de Amigo e até à obra seminal de Luís de Camões. É que se são importantes as cosmologias e tradições indígenas das Américas que nos têm visitado, é fundamental resgatar e respeitar as cosmologias e tradições do nosso território e que (quase) se perderam no tempo, bem como a (intrínseca) ligação da mulher à Deusa, que não é ninguém senão ela própria, e à Mãe Terra. Isso mesmo - a procura das tradições da Deusa em território nacional - já havia aconselhado a Xamã e Mulher Medicina, de origem chilena e equatoriana, Mamma Andrea Atekokolli.

Por isso, "A Deusa do Jardim das Hespérides" de Luiza Frazão é de leitura obrigatória a todas as mulheres que estão na senda da Deusa e de si próprias, em Tendas Vermelhas (e Azuis) por esse Portugal a fora, segura que estou que é uma "semente" que muito em breve dará os seus frutos.

Inês Beleza Barreiros (investigadora)


No momento em que comecei a ler esta obra, fui invadida por uma ressonância íntima que bem conheço. E, à medida que fui avançando na leitura, confirmou-se o sentimento e a emoção de estar perante o resultado de uma investigação a camadas profundas, não  desveladas, da história da humanidade terrestre na qual o paradigma central do patriarcado, vigente há milénios, infligiu feridas profundas, nomeadamente pela masculinização, sob o ponto de vista cultural, social e religioso, dos traços e indícios que o Sagrado Feminino imprimiu à sua passagem.

A obra de Luiza Frazão é um muito importante livro de referências sob este ponto de vista e restitui-nos um sentido de integralidade e de equilíbrio tão necessários no contexto histórico em que vivemos. Na verdade, por todos os lados afloram à superfície da vida ecos de uma outra ordem de valores, uma espécie de re-acordar de memórias ocultas no fundo de psiques mutiladas que, ante a decadência profunda a  que a vida na Terra chegou, buscam com determinação alternativas mais saudáveis para o futuro. E a autora buscou na “memorabilia” natural, nos poucos registos na pedra, nas tradições muitas vezes distorcidas e na mitologia,  a recuperação de um sentido novo para a vida, assente no amor pelo natural e descodificação dos seus códigos secretos, na solidariedade, dádiva e compaixão, na paz e na abundância, na celebração da vida e da morte como processo transformacional. As Hespérides do Jardim Dourado que ela localiza no nosso território, representam, cada uma, aspectos fundamentais do legado feminino, englobados na Deusa Cale (palavra que habita, segundo a autora, o étimo de Portugal) a qual a esta parte do mundo preside.

“A Deusa no Jardim das Hespérides” é um acto imbuído de sinceridade e de busca determinada e paciente de uma verdade maior, até hoje oculta da nossa consciência e, sobretudo, da formatação que nos tem sido abusivamente imposta desde o dia em que nascemos. Um acto criativo e estimulante, restaurador do feminino ancestral e do ritual na vida humana, um acto que merece toda a nossa gratidão!





Livro lindíssimo. Muito bem escrito e a pesquisa realizada é fantástica. Amei.

Carmen Eloah Boff (Académica, Brasil)


"(...) pois foi aqui que na procura do significado da Lady of the Lake, numa sequência de sincronicidades, me demonstraram o seu livro.
Adorei e estou de verdade surpreendida pela riqueza que alberga!
Recomendo vivamente, pois para mim foi uma grande surpresa conhecer esta riqueza que albergamos, mesmo aqui, em casa. Parabéns, Luiza Frazão, por este magnifico trabalho de investigação."


Ana Maciel 

"Um dia num ritual trance dance, apareceu-me a palavra Cale. O som entoava com tanta força na minha cabeça que no fim perguntei ao facilitador que sentido é que tinha aquela palavra pois para mim não tinha qualquer significado. Ele aconselhou-me a procurar na net… tinha muito a descobrir… Descobri a Deusa Kali. Mas era Cale… por acaso, como tudo na vida, descobri o livro “A Deusa do Jardim das Hespérides” de Luiza Frazão.

Quando o comecei a ler, não consegui parar mais… foi surpreendente descobrir tanta coisa sobre as Deusas da nossa terra, tudo aqui tão perto, tudo tão presente e eu ainda não tinha reparado...
Agradeço de alma a oportunidade de adquirir este conhecimento através deste livro. Sem dúvida que mudou a minha visão sobre as Mulheres, a Mãe-Natureza, as Deusas… " 

Celeste Fernandes



"Já acabei o teu precioso livro. Gostei mesmo muito. É para mim um "abc" da Deusa. Um "abc" da Deusa (s) do nosso território. Excelente documento apela a mais conhecimento e à viagem para veneração dos locais de culto da Deusa Mãe.

 Sinto vontade de ir novamente a terras de Idanha, Penha Garcia, Monsanto, Sra do Almurtão , Zona que me chama e onde já estive várias vezes de férias; Alandroal, Redinha , zona de Foz Côa e, tantas outras regiões, que se não fosses tu e o teu modo exaustivo de pesquisar, e a tua inspirada  escrita , eu não teria acesso à informação preciosa que divulgas."

Elizabete Santos

 

"…já recebi o seu livro... Ontem só consegui ler umas páginas dispersas mas fiquei logo com muito interesse... Hoje já tive oportunidade de o iniciar e quero partilhar consigo que estou a amar descobrir o tanto que há da Deusa manifesto em nós. Sempre senti este apelo, desde pequena que nenhuma outra figura do catolicismo me interessava a não ser a mãe "Fátima", li, vi filmes e sempre me fascinaram as histórias sobre Avalon... A certa altura da minha vida deixei toda essa magia de parte para ser a Dra. que a sociedade impunha, hoje sinto que a cada passo regresso à origem... E sei tão pouco... Fico-lhe muito grata pelo trabalho que fez, pela capacidade de por em papel tanto da nossa história perdida... Nem sei bem que palavras usar... Porque ainda não percebi bem o que a minha alma insiste em levar-me a encontrar... Apenas consigo perceber que o livro que escreveu e a informação que transmite parece que preenche espaços do meu Ser... E sentir isso lindo. E só posso manifestar uma enorme gratidão para contigo. Grata 🌿 Que a sua vida seja também próspera em bênçãos."


Raquel Queiroz



"Gostava de partilhar algo consigo: conforme vou lendo o seu livro, vou acordando memórias de miúda, do tempo em que, sentada à lareira nas noites de Inverno, ouvia as mulheres da família a contarem histórias antigas.

Ora estou a dar-me conta de uma enorme lista de lendas e ou lugares de "Mouras Encantadas". A avó Aurora e mais tarde a minha mãe, contavam inúmeras histórias, não como "história ou lenda", mas sim crentes de que aquilo tinha mesmo acontecido. Estes relatos sobre as Mouras terminavam invariavelmente a demonizá-las...apareciam sempre uns tais "bois ou touros pretos, que infalivelmente representavam os demónios para quem elas, as Mouras, trabalhavam.

o mais interessante é que, aqui perto de Aveiro, no lugar onde nasci (Verdemilho), que me lembre, existiam uns 3 a 4 lugares marcados como sendo de Mouras, isto numa aldeia minúscula!

interessante também o facto da Deusa Aurora estar relacionada com os partos.... a minha Avó Aurora era a parteira do lugar, e Aurora não era o nome dela. Rejeitou o nome de batismo e assumiu o de Aurora, que a madrinha insistia em lhe chamar."

 Orquídea Branco



“já vou a meio e a adorar, que maravilha de livro !”

Simone Sousa
 

 
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