A Rainha do Verão vai partir.
Ela ficou connosco metade do ano, no bom tempo do Verão, e agora dizemos-Lhe adeus, embora permaneça nos nossos corações.
Daqui a uma semana, a Senhora do Verão será levada para a Sua dimensão sagrada do outro lado do véu, pelas sagradas águas do Nabão, depois do Zêzere e finalmente do Tejo. Como Perséfone na Grécia e Proserpina, a filha de Ceres, em Roma, descem ao inframundo, ao reino de Hades ou de Plutão.
Em Tomar, dia 20 de Outubro, o povo, e nós mulheres e homens da Deusa que dele fazemos parte, despedimo-nos de Iria, a Rainha da Terra abençoada e próspera, ensolarada, generosa, abundante, farta, do Verão… A luz dos Seus dias vai começar agora a recolher-se; dias breves e noites longas da Anciã Rainha do Inverno aguardam-nos na nossa caminhada cíclica sobre esta terra amada que nos acolhe.
O campo precisa de repouso. Para se preparar para uma nova fase de criação, a velha forma precisa desfazer-se; o que restou, prescreveu ou envelheceu precisa de ir com o vento e a chuva da Anciã e as Suas enxurradas de Inverno. A morte é imprescindível à renovação da Vida. Sem ela não haverá novos rebentos, nova criação.
Em Tomar, dia 20 de Outubro, acolhemos por isso, em devoção, a Anciã do Inverno, Senhora da Morte, Transformação e Renascimento, guardiã das sementes, parteira da alma e da nova vida.
Em Tomar, honramos a sabedoria arcana das nossas antepassadas e antepassados, celebrando à nossa maneira os mistérios de Iria, a alternância das estações, abençoando e sendo abençoadas pela Senhora da Terra do Meio, nas Suas duas faces de Anciã e Donzela. Assim seja, assim é!
Se queres vir connosco, contacta-nos para saberes o ponto de encontro, a hora e o que levar. Até lá!
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