terça-feira, 24 de junho de 2025

Reflexões a poucos meses de uma autodedicação à Deusa como Sua Sacerdotisa

 

Atualmente sinto-me  conectada espiritualmente com o quê?

Com a natureza, com o Sol, com a s estrelas, com o ar, com a terra, com o fogo,

com o espírito, com o éter, com os sonhos  com as plantas, com as ervas com as

águas, com os ancestrais e a minha ancestralidade, com a curandeira, com a mulher

erveira e tamboreira, com os ritmos circadianos, com as estações e as festividades

ao longo da roda do ano,  com a Deusa em todas as suas formas de expressão,

comunicação e manifestação, e por último mas não menos importante com os

arquétipos da Deusa e como ELA  se manifesta em mim neste meu momento atual.

Como imagino a minha prática como sacerdotisa?

Todas as hipóteses que vou elencar são prováveis, no entanto sei que uma ou duas

irão se manifestar mais forte: Celebrar rituais? Curar? Ensinar? Mediar entre

mundos? Acolher outras pessoas? Cuidar da Terra? Ainda estou em observação do

que flui mais autêntica e genuinamente no meu coração

Qual é o meu propósito mais profundo nesse caminho?

São vários, na verdade, servir, crescer, libertar-me das amarras, medos e grilhões

que me bloqueiam, relembrar-me e acima de tudo  Amar. Amar a tudo e ao todo! è

esse o caminho e o aprendizado

Que dons já vivem em mim e que desejo cultivar ainda mais?


Diria que a intuição tem aflorado bastante. A criatividade em diversas formas, a escuta atenta e empática não só das minhas emoções como do outro também. e a

parte do mistério, da magia que envolve todas as questões cerimoniais.

Para mim, tornar-me uma sacerdotisa é lembrar quem eu sou, uma filha da

Terra, do Céu e do Mistério. É um caminho de reconexão com o Sagrado

Feminino, com os ciclos naturais, com a minha intuição e com os dons que me

foram dados. Quero aprender a guiar e a curar, não por ego, mas para servir

algo maior do que eu — a vida, a alma coletiva, a ancestralidade. Sinto que ser

sacerdotisa é viver com propósito, com beleza e com verdade.

A minha intenção em tornar-me uma sacerdotisa é servir com o coração aberto,

conectando-me com o sagrado dentro de mim e ao meu redor. Quero ser ponte

entre o visível e o invisível, curar, ensinar e honrar os ciclos da vida, da Terra e

do Espírito. Comprometo-me a caminhar com verdade, integridade e amor,

escutando a voz do divino em tudo o que é!

Ana Isabel Teixeira Oliveira

Tornar-se Sacerdotisa - qual o sentido dessa decisão nos dias de hoje?

 Uma irmã, prestes a fazer a sua dedicação como Sacerdotisa da Deusa do Jardim das Hespérides, ouvindo a voz da Deusa em si…

 


“E o trabalho de Sacerdotisa?” – perguntei.

Resposta que intui:

Tem a ver com a tua História passada, por isso te faz ressonância.

Trazes essa energia em ti e através de ti ligada a muitos outros seres essa energia vai-se manifestando cada vez mais.

Em outros tempos a energia divina habitava o Planeta de forma que os seres humanos viviam em relação de harmonia com o Planeta, honravam os seus ciclos próprios e da Terra.

A queda de que se fala tanto, foi quando se deixou de viver em harmonia com o Planeta, quando homens e mulheres se desligaram da sua essência divina e passaram a estar fora da sua dimensão divina, entraram num sono profundo no processo de reencarnação e passaram a não estar conscientes do seu propósito neste Plano, do Caminho da sua Alma, da sua peregrinação pelo Universo.

Este é um plano de reencarnação para que de forma alquímica, a Alma se torne mais pura para poder passar para frequências mais elevadas.

Para que possam também elevar a frequência do Planeta, que escolheram ser o plano e dimensão, onde habitam as Almas que passaram pela queda.

Neste Planeta vive-se em diversas dimensões, há agora a possibilidade de subir a vibração do Planeta e no mesmo planeta, vive-se em várias dimensões.

A realidade de cada pessoa depende do seu estado vibracional e dele depende o acesso à consciência e à informação e capacidades de aceder aos Guias, Anjos e Seres que a cada um acompanham.

Está-se a trazer a dimensão da Deusa a este plano, a dimensão ferida que todos os Seres Humanos trazem em si, por ter sido mutilada da dimensão do Divino, mutilada essa energia de Amor.

A chave é o Amor é ela que pode curar e resgata essa dimensão divina da Nova Terra. A Terra é um Ser vivo que se ofereceu para aceitar esta passagem das Almas que passaram pela queda, para que aqui pudessem de forma alquímica purificar-se e seguir para outras dimensões e planos.

O tempo é uma ilusão, só visível nesta dimensão onde acontece o processo de reencarnação da Alma num corpo na Terra.

Tal como as árvores e as pedras são corpos da Terra, o corpo humano é um corpo da Terra, pertence à Terra e não é a Terra que pertence aos humanos.

As Sacerdotisas oravam e com os seus rituais entravam em ressonância com a Deusa, mantendo a vibração e a harmonia dos seus corpos com os restantes corpos da Terra, fossem animais, vegetais ou minerais.

Podes tocar essa luz que ilumina e traz consciência, o despertar para algo com a ressonância emanada pelo Amor que é a vibração de elevada frequência e ela cura o corpo físico, emocional e mental. O seu motor é na região do coração no corpo humano, onde tem um dispositivo que se liga a outros lugares que existem no corpo humano e o colocam num estado de emanação de uma energia que quebra ondas de frequência de baixa vibração.

Vê, olha à tua volta e vê a energia, pode ser através de cores ou sons, que ambos retratam a frequência vibracional.

Não te envolvas nas energias de baixa frequência que te envolve, porque ela se retroalimenta e baixas a vibração. O caminho da mudança da realidade acontece de imediato, e mudas de imediato de dimensão.

Os lugares são os mesmos, mas tu podes operar de outra vibração ao lado de pessoas que estão em dimensões mais baixas ou mais altas e todos estão aparentemente no mesmo espaço físico, mas dependendo da vibração em que estão, assim será a dimensão e quanto mais elevadas as dimensões, mais acesso a informação, mais paz, mais prosperidade, porque maior o alinhamento entre a essência, o corpo e o plano em que está inserida.

Quando sentes que desces ao inferno é porque a tua vibração desce e tu sentes a vibração mais baixa do plano em que estás.

Quando a tua vibração sobe, mudas de novo de dimensão e sentes a energia subtil dessa dimensão e podes estar a viver um mesmo acontecimento numa ou em outra dimensão, a experiência será diferente dependendo do teu estado vibracional e da dimensão onde ela acontece.

A queda levou à redução vibracional do ser humano. Foi um desligar da sua dimensão primordial divina, cortado um fio invisível, não foi de um dia para outro.

Nesta Terra manifesta-se a Lei da Criação, como um micro-sistema, aqui como no Universo, como um laboratório que reflete todas as leis do próprio universo.

Aqui estamos para evoluir em consciência a outros Planos, a outras dimensões, o propósito é a Criação, a ligação a tudo é a energia que depende da vibração em que se manifesta. O Amor é a energia de mais alta vibração.

Muitos seres estão em sintonia para ajudar a humanidade no seu caminho de ascenção, para poderem evoluir a outros planos e outras dimensões e outros virão também habitar este planeta para poder também evoluir.

A história não termina neste Plano nem nesta dimensão.

Reconecta-te, estabelece e tenta manter o estado de presença.

Minha querida sacerdotisa, sinto o teu Amor e Devoção.

Sei que vem do teu coração e terás de te dedicar de Alma e Coração a esta jornada.

Há muitas distrações e tarefas diárias que te ocupam, mas foca-te nelas com estado de presença e que possas cumpri-las em serviço e com a devoção que tens.

Esse é o trabalho da Sacerdotisa, em cada passo em cada palavra.

Eu acompanhar-te-ei nesta jornada para a tua transformação e cura para que possas trazer ao Planeta e aos seres com quem te cruzes esta energia que está a voltar ao Planeta através de tantos seres que percorrem de tanta formas diferentes este mesmo caminho.

O Caminho da Deusa, do divino, da Grande Mãe, de resgate da parte amputada à humanidade, está a regressar.

Observa a natureza, funde-te com ela, observa-a na sua beleza e manifestação, ela contribuirá para os teus insights e para cuidares da tua vibração.

Este é o teu caminho, não penses nem te preocupes pelo passo seguinte porque irás vivê-lo etapa a etapa e agora avizinha-se uma nova etapa.

Dedica-lhe tempo, que estarás a dedicar a ti também, ao teu Caminho, ao teu propósito.

O Universo, a Grande Mãe, os seres que te acompanham criaram as condições para que se proporcione de forma fluida.

Ora e pede orientação quando surgirem duvidas.

Sê humilde neste caminho, não julgues, ama de forma incondicional, aceita o que surgir como algo que irá contribuir para o teu processo de transmutação.

Criarás um templo antes de tudo dentro de ti, o teu corpo é o templo da Deusa e ele deve ser o primeiro de que deves cuidar.

Nada fora pode existir sem que antes tenhas criado ou transformado dentro de ti.

Eu estarei dentro de ti e de todo o processo. Este é um caminho que irás percorrer com outras mulheres, mas acima de tudo é um caminho individual.

Atenção ao ego e à humildade, és um instrumento ao serviço da Grande Mãe, faz de ti alguém que tendo consciência tem de ter perante outros seres a enorme humildade de estar ao serviço.”

Anna Bella

Junho de 2025

segunda-feira, 27 de janeiro de 2025

SABES POR QUE O IMBOLC EM ÓBIDOS É TÃO SENTIDO E ESPECIAL?

No Imbolc nós celebramos o regresso da luz após o seu recolhimento no Inverno, pois a duração dos dias aumenta a partir de agora progressivamente. Celebramos assim agora a Deusa no Seu aspecto Donzela. Ela é a Deusa Menina, que na tradição celta que partilhamos com a Britânia, é a Pastorinha, the Little Shepherdess. Ela é Brígida, a Grande Deusa Celta, que tem Brigântia como o Seu aspecto Terra.

A Pastorinha é a Menina Deusa do Neolítico, Deusa do Sol e da Lua, do Fogo e da Água, que na nossa cultura também é invocada como Iria, Senhora da Cova da Iria. Ainda hoje encontramos nesse lugar as Suas mui santas águas de cura e a Sua chama eterna, lado a lado, e foi aí que se deu o famoso Milagre do Sol.

Como a relação entre ambas me parece tão estreita, invoco a Senhora do Imbolc na nossa roda como Iria-Brígida. São ideias que desenvolvo no meu livro A Deusa Celta de Portugal: A Anciã do Inverno e a Rainha do Verão, da editora Zéfiro.

Tenho, entretanto, o prazer de morar na bela vila de Óbidos, onde a Deusa me concedeu a graça de viver perto da Biquinha, uma das Suas fontes sagradas de águas de cura. Na verdade, esta vila, que segundo rezam as crónicas, foi fundada em 308 AEC pelo povo Celta, está repleta de vestígios do antigo culto desta grande Deusa. Na Porta da Graça ali em cima, lembrando que Brígida é Deusa do Limiar, realiza-se pelas noites do Imbolc, 1 de Fevereiro, uma cerimónia religiosa que consiste na distribuição e bênção de velas que se levam acesas em procissão até à Igreja de Santa Maria. Aí decorre uma missa e é por essa altura que se abençoam os bebés recém-nascidos, evocando o poder de Deusa Parteira atribuído na cultura Celta à Deusa Brígida. Santa Maria é, no meu entender, o Seu grande avatar cristão.

Mas a primeira celebração deste festival acontece por aqui a 17 de Janeiro, no cimo dum Monte agora consagrado a Santo Antão, onde se encontra um dos famosos tronos de pedra que no mundo antigo eram considerados ora pertencendo a Brígida ora à Deusa Cailleach (o aspecto Anciã da jovem Brígida em muitas mitos e lendas). Aí “A noroeste da Vila, coroando formoso outeiro que frondosas matas envolvem, foi mandada construir, em cumprimento de um voto, por D. Antão Vaz Moniz, fidalgo obidense e um dos combatentes da ala dos namorados em Aljubarrota"*, uma bela ermida dedicada ao santo homónimo. Entre os vários santos homenageados no interior da capela, destaco São Brás, por se tratar de mais um avatar de Brígida, ao qual são atribuídos muitos dos Seus antigos poderes, e é em muitos lugares também celebrado no início de Fevereiro.

Neste convívio animado, lembrando que a Deusa Pastora também é a protectora dos animais da quinta, compram-se e acendem-se velas e fitinhas, que se levam para casa: “Outra das características desta romaria está relacionada com a distribuição pelos devotos de fitas cor-de-rosa e de velas que, depois de benzidas, são colocadas ao pescoço dos animais (as fitas) e guardadas para serem acesas nos estábulos (velas), no caso de a doença visitar os moradores”.* Mais óbvio que se trata de reminiscências da antiga devoção à Grande Deusa Celta é difícil encontrar.

Entretanto, a vila de Óbidos foi outrora abastecida de água por um aqueduto, mandado construir por Catarina de Áustria, mulher de João III, em 1573, que vinha desde a Usseira, a cerca de 3 quilómetros de distância. Aí, no início do aqueduto, foi edificada uma capelinha dedicada a Santa Iria, protectora das águas que transportava.

Ainda evocando esta entidade divina, também a 20 de Outubro, o dia de Iria, realiza-se uma feira de Outono, semelhante àquela de Tomar, mais uma evidência deste culto antigo à Grande Deusa Celta, tão forte e presente ainda nesta região.

O Imbolc aqui é então do mais sentido e especial e por isso te convidamos a juntar-te à nossa celebração de 1 de Fevereiro. Sê bem-vinda ou bem-vindo!

 

*https://www.jfsmariapedrosobral.pt/freguesia/locais-a-visitar/10-ermida_de_santo_antao

 

Reflexões a poucos meses de uma autodedicação à Deusa como Sua Sacerdotisa

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